Resultado reflete atuação de trabalhadores: banco registrou aumento de mais de 1,56 milhão de clientes, enquanto crescimento de postos foi de 1.610, no período
O Banco do Brasil teve lucro de R$ 9,30 bilhões nos primeiros três meses de 2024. O valor significa crescimento de 8,8% em relação ao primeiro trimestre de 2023. Por outro lado, representa queda de 1,5% em relação ao trimestre imediatamente anterior, ou seja, de outubro a dezembro de 2023, quando o lucro ficou em R$ 9,44 bilhões.
O retorno sobre patrimônio líquido (RSPL), indicador financeiro também conhecido como ROE e que mede a capacidade da empresa em agregar valor, teve aumento de 0,7 pontos percentuais (p.p.) em doze meses, chegando a 21,7%. O percentual, porém, representa queda de 0,86 p.p. em relação ao último trimestre de 2023.
Os fatores que mais impactaram para que o resultado não fosse melhor, segundo o banco, foram os investimentos com a digitalização do relacionamento com o cliente, concessão sustentável do crédito, diversificação das receitas e controle de custos.
Agências e clientes
Dados divulgados no relatório produzido pela equipe do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) sobre os recentes resultados do BB mostram que, no final do trimestre concluído março, o BB contava com 87.067 funcionários – aumento de 1.610 postos de trabalho em 12 meses. “Vale destacar que o número de estagiários cresceu mais rápido no mesmo período, chegando em 463 no final do trimestre – aumento de 44,2% em relação a março de 2023. O número de funcionários, por sua vez, cresceu apenas 1,9% durante os doze meses”, observa o Dieese.
No mesmo período, o número de agências tradicionais se manteve igual (total de 3.172), mas houve abertura de 18 agências digitais e especializadas, totalizando 826 estruturas nesses perfis. Por outro lado, houve a redução de 54 postos de atendimento bancário e aumento de 1,56 milhão de clientes (totalizando 83,61 milhões), na passagem de um ano.
Segundo Pesquisa do Emprego Bancário (PEB) referente ao primeiro bimestre de 2024, elaborada pelo Dieese com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), os bancos fecharam 4.171 postos de trabalho, em um ano, em todo o Brasil.
“Isso mostra a importância dos bancos públicos, para o setor, ao ver que o BB manteve o número de agências formais e aumentou o número de empregados, com perspectiva de abertura de novos concursos públicos”, destaca a coordenadora da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), Fernanda Lopes.
“Nós, inclusive, estamos acompanhando e cobrando de perto o aumento do quadro, porque os lucros do BB são o resultado da atuação das funcionárias e funcionários. E, apesar do aumento de contratações, houve um aumento expressivo no volume de clientes e aqui entramos em outra cobrança do movimento sindical: reformulação do plano de metas e cargos, para não haver cobrança excessiva e que leve ao adoecimento dos empregados”, completou.
Carteira de crédito
A concessão de crédito cresceu 10,2% em 12 meses e 6,1% no trimestre, totalizando R$ 1,14 trilhão, em março de 2024. O Agronegócio, que representa um terço de toda a carteira da instituição, foi o que mais cresceu: 15,5%, em um ano, totalizando R$ 372,51 bilhões.
No mesmo período, a carteira Pessoa Física cresceu 5,8% (R$ 317,40 bilhões) e a carteira Pessoa Jurídica expandiu 8,5% (R$ 393,50 bilhões).
Inadimplência e despesas com PCLD
O BB afirma que o índice de inadimplência para atrasos superiores a 90 dias ficou em 2,90%, aumento de 0,28 p.p. em relação a março de 2023, mas ainda abaixo da inadimplência média do Sistema Financeiro Nacional (3,20%).
Já as despesas com provisão para créditos de liquidação duvidosa (PCLD), também chamada de provisões para devedores duvidosos (PDD), cresceram 145,3%, em doze meses, totalizando R$ 10,15 bilhões no primeiro trimestre de 2024. Segundo a instituição, o aumento da provisão foi reflexo do agravamento do risco nos segmentos large corporate (grande empresa) e agronegócio.
Confira aqui os destaques completos do balanço, apontados pelo Dieese.
Fonte: Contraf/CUT
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