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Comando Nacional cobra a garantia de empregos e ultratividade do acordo

Trabalhadores apresentaram números para mostrar que bancos estão reduzindo contrações formais por terceirizados; até na área de TI, onde houve expansão, bancos priorizam terceirizações


O Comando Nacional dos Bancários se reuniu, nesta quarta-feira (26), com representantes da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), para a primeira reunião de negociação, que tratou sobre “Emprego”. Antes de entrar no tema, os trabalhadores cobraram a assinatura da ultratividade do acordo, para que todos os direitos da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria sigam válidos até a assinatura do novo acordo.

"Nós decidimos iniciar a mesa de negociação com este pedido, para seguirmos os próximos passos com serenidade, tendo essa garantia de que nossos direitos seguirão valendo, até a renovação do acordo", explicou a coordenadora do Comando Nacional dos Bancários, Juvandia Moreira.


Números

Ao entrar no tema central da mesa, os trabalhadores apontaram que o setor bancário está na contramão de todos os demais setores do ramo financeiro, enxugando vagas e fechando agências.

Segundo dados da RAIS (base de dados estatísticos, organizados pelo Ministério do Trabalho e Previdência), entre 2012 e 2022, a categoria bancária saiu de 513 mil pessoas para 433 mil, redução de 16% (79,5 mil). No mesmo período, as demais categorias do ramo financeiro aumentaram em 72% os postos de trabalho, passando de 323 mil para 555 mil.

Enquanto isso, nos últimos cinco anos, os bancos fecharam mais de 3 mil agências, a maioria nas áreas com elevada necessidade social, ou seja, fora dos grandes centros, deixando as pequenas cidades desassistidas do serviço bancário.

O Comando Nacional também revelou aos banqueiros que a Consulta Nacional deste ano apontou que para 68% dos trabalhadores dos bancos privados a principal preocupação é com a garantia do emprego. 

A Fenaban alegou que as vagas de emprego dependem de crescimento econômico. O Comando, então, propôs a assinatura de uma carta conjunta para cobrarem juntos, do Banco Central, a redução da taxa básica de juros, a Selic, que está em um percentual que faz com que o Brasil tenha um dos maiores juros reais do mundo, comprometendo o desenvolvimento do setor produtivo e a criação de empregos. “Ao invés de colaborar com o crescimento do país, o BC está contribuindo com os que vivem de especulação financeira”, reforçou Juvandia.


Terceirização

Com base em levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o Comando apontou também que, em 2023, os bancos aumentaram em 22% a contratação de profissionais de TI, porém, no mesmo ano, houve o aumento de 89% de profissionais terceirizados nesta mesma área.

Os representantes dos trabalhadores destacaram o caso do Santander, que vem substituindo bancários por contratados PJ, com salários de R$ 1.500, além de uma remuneração variável. Esses mesmos funcionários têm acesso ao sistema do banco e atendem aos clientes, sendo que, em alguns lugares, há relatos de que chegam a realizar cinco visitas ao dia. 


Outras pautas da mesa

- Os trabalhadores cobraram ainda o retorno da homologação nos sindicatos, para que as entidades possam acompanhar de perto todo o processo, para garantia de direitos dos desligados;

- Qualificação e requalificação profissional, sobretudo diante da revolução tecnológica;

- Indenização adicional em caso de demissão.


Manifestações nas redes sociais

Durante a reunião, bancários e bancárias de todo o país foram mobilizadas para uma manifestação nas redes sociais, com o uso da hashtag #JuntosPorEmprego. As atividades em rede resultaram em mais de 136 mil reações e alcançou o 1º lugar nos tópicos mais comentados da rede X (ex-Twitter), no Brasil, nesta quarta-feira.


Calendário das próximas reuniões


Junho

2/06 – Cláusulas sociais

11/06 – Igualdade de oportunidades


Julho

18 e 26/07 – Saúde e condições de trabalho: incluindo discussões sobre pessoas com deficiência (PCDs), neurodivergentes e combate aos programas de metas abusivas


Agosto

6 e 13/08 – Cláusulas econômicas

20/07 – Em definição

27/07 – Em definição



Fonte: Contraf/CUT.

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