Você já deve ter ouvido alguém dizer que “eleição é coisa séria”. E é mesmo! No momento do voto e em toda vida social de cada pessoa. Mas, infelizmente, a grande maioria não entende desta forma. Não se envolve e nem se preocupa em conhecer a quem delega poderes através do voto. “Esta pode ser uma grande armadilha! Daqui a pouco mais de uma semana, as pessoas podem delegar poderes a quem tem interesses inversos aos da sociedade. E isso pode afetar a vida de toda a sociedade. Precisamos trabalhar para evitar que isso aconteça”, disse o secretário de Relações do Trabalho da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Jeferson Meira, o Jefão.
Para Jefão, isso é consequência da “cultura antipolítica” que as elites financeiras e dominantes incutem no inconsciente coletivo da sociedade. “Querem que a população seja alienada do processo eleitoral, para poder obter vantagens com a eleição de candidatos financiados por eles para defender a manutenção da atual situação de desigualdade social que reina no país. Desta forma, podem continuar oprimindo as trabalhadoras e os trabalhadores”, disse.
A “cultura antipolítica” nos faz acreditar que tudo o que se refere à política é ruim e que devemos nos afastar. Por isso, muita gente se isola e vive presa em uma bolha, que, ao contrário do que se pode pensar, não existe apenas nas redes sociais.
Para Elias Jordão, secretário de Comunicação da Contraf-CUT, “só a política é capaz de mudar pra melhor a vida das pessoas”. Por isso, não adianta deixar de votar, ou votar nulo. “Nosso voto tem peso e nossas decisões têm consequências. Até mesmo com a recusa de votar, de alguma forma, pode-se estar atendendo aos interesses dos poderosos, que contam com esta abstenção para que seus candidatos obtenham mais votos do que os obtidos por quem representaria os interesses da pessoa que se absteve”, completou Elias, ao lembrar que quem difunde a “cultura antipolítica” age com hipocrisia, pois é quem mais se envolve e se beneficia da política. “Por isso, é importante, antes do voto, analisarmos com muita atenção os candidatos e escolhermos com responsabilidade quem merece nossa confiança”, ressaltou.
Democracia participativa
Para os dirigentes da Contraf-CUT, se as pessoas começarem a entender os seus direitos, também compreenderão o poder que têm, se envolverão nas decisões sobre a sociedade e elegerão pessoas comprometidas, que representam, verdadeiramente, os interesses da maioria. “Com isso, podem mudar a situação de opressão a que são submetidas e melhorar suas próprias vidas. Caso contrário, os mesmos de sempre continuarão sendo eleitos e não haverá a mudança social que todos queremos”, disse Elias.
“Todos temos que fazer nossa parte. Isso começa com a escolha de pessoas que nos representem de verdade, mas não pode parar no ato do voto. Temos que acompanhar a atuação dos candidatos eleitos para ver se estão cumprindo sua obrigação e cobrá-los caso não estejam”, orientou Elias.
Outra forma de “fazermos a nossa parte”, é participar dos debates sobre as políticas de transporte público, saúde, segurança, saneamento básico, educação, meio ambiente que são realizadas em seu bairro e na sua cidade, assim como das eleições para os conselhos municipais de políticas públicas, como os Conselhos de Política para Mulheres, os Conselhos de Saúde, os Conselhos Tutelares. “Com a baixa participação da sociedade, a maioria das conselheiras e conselheiros são eleitos com o apoio de grupos, ou igrejas conservadoras. Muitos sem a necessária qualificação ou atuação social na área específica”, lamenta Jefão.
Consequências drásticas
Com a falta de participação social, as pessoas ficam alheias ao que está acontecendo em suas cidades e em seus bairros e são levadas a acreditar em notícias falsas, as chamadas fake news. “Todo o sistema democrático do país fica prejudicado, com sérios reflexos ao sistema eleitoral”, observou Jefão. “O resultado disso tudo pode ser comprovado nas eleições. Em 2018, tivemos um presidente da República eleito pelo voto popular com uma pauta contrária a todas as necessidades das próprias pessoas que o elegeram. E, tão grave quanto a eleição de um presidente, ou um prefeito que trabalha pela conservação do atual status social e da manutenção de privilégios para as elites dominantes, é a constante eleição de uma maioria de vereadores e vereadoras sem qualquer compromisso com a população. Se dizem representantes do povo, mas na verdade são representantes deles mesmos ou delas mesmas, e votam de acordo com os próprios interesses”, completou.
Para os dirigentes da Contraf-CUT, somente é possível acabar com este círculo vicioso com a participação da classe trabalhadora e da população marginalizada em todas as atividades sociais e espaços de decisão. “Temos que nos fazer verdadeiramente presentes nos espaços da democracia participativa. É esta participação que nos dará base de sustentação para eleger verdadeiras e verdadeiros representantes do povo, tanto nas eleições para os conselhos e câmaras municipais, distrital e federal, quanto para as prefeituras, assembleias legislativas, governos estaduais, Senado e Presidência da República”.
Queremos caminhar rumo à sociedade justa, fraterna e igualitária que tanto sonhamos. Vamos juntos?
Fonte: Contraf/CUT
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